Silêncio

  • por Blenda Trindade (NT/SJ)

  • Máscara inteira.
  • Técnica: Escultura em argila e papietagem.
  • Papel, cola, tinta PVA e argila.

Terra de lama, rio caudaloso, Tiyuco. Rosto de um guerreiro de olhar severo e forte.

Esta é Silêncio, uma máscara inteira, cuja voz foi arrancada, carregando o apagamento desescrito na história desta terra.

Dizem que a história de Tijucas começa com um navio que chegou na enseada catarinense, cujo capitão teria dado seu nome à cidade. Hoje, seu padroeiro.

Quanta homenagem se faz àqueles que invadiram este lugar. É sempre assim... ou até quando vai ser assim?

Silêncio é uma máscara que cobre toda a face. Não fala, ou não fala com a voz…

É mais uma injustiça — agora desta mascareira — continuar lhe arrancando as palavras.

Este objeto representa o apagamento dos povos indígenas deste território, um símbolo de uma história que muitos querem esquecer, mas que resiste.

A construí para que não esqueçam.

Nas profundezas desse olhar, Silêncio guarda voz dos ancestrais, força de culturas que se recusam a desaparecer. Mesmo sem verbalizar, sua presença fala alto, ecoando a luta e a resistência de povos cuja história é feita de resiliência.